Um novo banco e a concentração
Hoje foi divulgado que o Banco Central autorizou a corretora XP Investimentos a iniciar a criação de um banco. Este banco, como divulgado, terá certamente operações muito interessantes, pois concederá empréstimos com garantia nas aplicações de seus clientes.
Operações de empréstimo com essas garantias, constituídas por recursos de aplicações, devem necessariamente ter um custo muito reduzido, já que o risco de calote é zero. Assim, os juros serão muito menores que os de mercado, podendo, inclusive, trabalhar com um cheque especial revolucionário, onde os juros ficassem em um dígito.
Mais. Um novo banco com essas características poderá se aproximar das fintechs em agilidade e segurança das operações, sendo a notícia uma excelente perspectiva no mercado. Afinal, nas propagandas da XP, ela alardeia o novo, em trocar o "seu banco" pela corretora, deixar de usar a poupança e pagar taxas em outras aplicações.
Pois bem, há de se ver que o Itaú Unibanco foi autorizado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a adquirir uma participação XP e, ainda em agosto deste ano, o Banco Central também autorizou a operação, mas com uma série de restrições. Inclusive que o Itaú não poderia ter o controle da corretora.
Ora, este movimento da XP, da qual o banco Itaú é acionista, certamente é no sentido de minimizar ou terminar com as restrições impostas pelo Banco Central e, indiscutivelmente, aproximar o Itaú de uma forma mais eficiente como as existentes nas fintechs. Aliás, o movimento do Itaú é no sentido de não esperar sentado ser atropelado pelos fabricantes de lâmpadas, como foram os fabricantes de velas.
Operações melhores estruturadas, com menor componente de risco e estruturas mais enxutas certamente serão o futuro do setor bancário, que não pode permanecer esperando passivamente a morte, como as máquinas de escrever, o telex e o fax.
Certamente esse movimento do Itaú, que tem como objetivo se reinventar (coisa que o futuro exige), nada tem a ver com tornar menor a concentração no setor bancário.
Itaú/XP saem na frente, mas resta esperar para ver o que realmente os consumidores ganharão com isso. Espero que seja o início de um novo tempo, mesmo com a concentração existente e que teimosamente não cede.
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