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Há futuro para as agências bancárias?

João Antônio Motta

19/11/2018 03h00

Com o desenvolvimento da tecnologia, o número de colaboradores dos bancos está reduzindo diariamente e as agências, sendo fechadas. Qual o modelo de banco que vai existir no futuro?

Os clientes perguntam e têm a resposta: por que vou ao banco enfrentar uma fila se posso realizar a operação pelo aplicativo no celular? Sim, todos sabem que ir ao banco não é uma tarefa agradável, e o que torna a decisão fácil ou não é a maior ou menor confiança no sistema digital.

A "Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2018" mostra que, em 2017, o mobile banking, o aplicativo no celular ou tablet, caiu definitivamente no gosto dos clientes. Segundo os dados colhidos, são 56 milhões de contas ativas neste canal, e isso se dá pela confiança no aplicativo.

No início da era digital, com o internet banking, a questão da segurança dos dados e a possibilidade de elementos mal intencionados copiarem, muitas vezes com perfeição, os sites dos bancos, assustava dia a dia quem buscava a praticidade e conforto de ir ao banco sentado no sofá de sua casa.

Com a evolução dos aplicativos para os computadores, a maioria dos clientes recuperou a confiança, e os bancos passaram a desencorajar a utilização do internet banking pelo navegador, uma porta sempre acessível aos mal intencionados.

Firmado e encorajado o uso dos aplicativos em computadores, por que não ver a mesma segurança no "app" que cabe na palma de sua mão? A migração aos smartphones e tablets foi imediata, vindo os bancos a desenvolverem novos programas e tecnologias para buscar e fidelizar a massa de clientes.

Por isso, o movimento das transações digitais contra as transações físicas é algo sem retorno. Os bancos serão digitais.

Mas e as agências? Ora, o estudo da Febraban aponta que as mesmas serão canais onde a presença física para tratar de assuntos mais complexos é indispensável. E nas cidades, nas grandes cidades do país, creio que isso é realmente o cenário futuro.

Acontece que o Brasil é quase um continente, com enormes desigualdades, e, nos seus rincões, não é possível antever um futuro digital com tanta celeridade. Em minha avaliação, vejo um fluxo de encerramento de agências forte e contínuo no sul/sudeste, mas uma maior presença em cidades do norte/nordeste e em algumas regiões do centro-oeste.

O quadro de agências físicas no Brasil está assim colocado:

 

 

O sudeste abriga 52% das agências e, claro, é onde o Brasil apresenta seus melhores índices de tecnologia. Com o avanço da internet e do mobile banking, isso deve resultar em grande fechamento de agências físicas.

Enfim, no Brasil, por suas dimensões e desigualdades, estamos longe ainda do fim das agências físicas, mas, certamente, nos grandes centros a migração ao mobile banking é irreversível.

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Sobre o Autor

João Antônio Motta é advogado (PUC/RS – OAB em 1982) especialista em obrigações e contratos, com ênfase em direito bancário, econômico e do consumidor. É autor do livro “Os Bancos no Banco dos Réus“ - Ed. América Jurídica, (Rio de Janeiro, 2001).

E-mail de contato: contato@jacmlaw.com

Sobre o Blog

Este blog traz informações independentes sobre bancos, segurança, cobrança, investimento e outros temas que ajudam no seu dia a dia com as instituições financeiras.

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