Pagamentos feitos pelo celular têm futuro?
João Antônio Motta
05/11/2018 05h13
Agora que o brasileiro está "pegando a mão" com o dinheiro plástico, os cartões de débito e crédito, começam a surgir novas tecnologias que permitem deixar a carteira em casa. Basta ter um smartphone.
Na eleição votei apresentando meu celular com o E-Título e, se for parado em um comando de trânsito, bastará também mostrar em meu celular a CNH – Digital. Agora posso também pagar contas com meu smartphone pelas tecnologias NFC (Near Field Communication) ou MST (Magnetic Secure Transmission).
Basta você baixar o aplicativo compatível em seu smartphone e nele adicionar seu cartão de crédito. Fácil não? Não, não é bem assim. A única providência fácil é baixar o aplicativo, claro se o wi-fi não cair. A partir de então se inicia um calvário.
Para colocar o cartão na sua carteira digital já há uma série de problemas relatados, como as mensagens apresentadas de "adicionar um cartão mais tarde" e "tente de novo", o que faz o cidadão ter vontade de quebrar o aparelho. Mas tudo bem, você teve sorte e conseguiu de primeira inserir seus cartões.
Depois de uma manhã de trabalho você vai almoçar e, após, questiona o garçom se é possível pagar com o celular. O gentil funcionário aparece com a máquina e, aqui, o primeiro problema. Com o cartão plástico você primeiro coloca ele na máquina para, em seguida, digitar os dados da compra. Para pagamento com o celular, primeiro são digitados os dados da conta e, em seguida, com o celular desbloqueado, o aparelho é aproximado da máquina.
E aí dá certo? Às vezes.
Necessariamente o software do aparelho e da máquina têm que conversar entre si e se houver alguma divergência de atualização não ocorrerá a sincronização. Neste momento você já está com a paciência em frangalhos, mas respira e pede para trocar a máquina.
Com a máquina nova e aproximando o celular vem a autorização: conta paga.
Pois bem, toda nova tecnologia demanda um tempo de atualização para máquinas e pessoas desfrutarem integralmente de todo potencial e, sem dúvida alguma, o celular como meio de pagamento chegou para ficar e ser ampliado.
O chamado mobile payment em março de 2018 foi utilizado por 80% dos 712 milhões de cidadãos chineses que possuem smartphones. No Brasil e no mundo é questão de tempo, como foi para o chamado dinheiro plástico, ter o sistema popularizado.
Hoje o smartphone passou a ser uma extensão pessoal e certamente esta tendência vai ser ampliada a ponto de a maioria das tarefas do dia a dia dependerem do seu "assistente pessoal". O mobile payment certamente após os ajustes, atualizações e compreensão da nova tecnologia será inegavelmente o substituto natural do dinheiro plástico.
Sobre o Autor
João Antônio Motta é advogado (PUC/RS – OAB em 1982) especialista em obrigações e contratos, com ênfase em direito bancário, econômico e do consumidor. É autor do livro “Os Bancos no Banco dos Réus“ - Ed. América Jurídica, (Rio de Janeiro, 2001).
E-mail de contato: contato@jacmlaw.com
Sobre o Blog
Este blog traz informações independentes sobre bancos, segurança, cobrança, investimento e outros temas que ajudam no seu dia a dia com as instituições financeiras.